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O jornalismo que é sensacionalismo

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Isso não é uma novidade da atualidade. A surpresa fica por conta do fato de surpreendentemente termos vivido um período de calmaria sem sensacionalismo na TV.

Isso aconteceu após o final do Cidade Alerta na TV Record, quando a emissora dizia desejar mudar sua imagem. Renovaram o quadro de apresentadores e apostaram no formato de sucesso e até hoje nunca esquecido do Tudo a Ver com Patrícia Maldonado e Paulo Henrique Amorim.

O jornalístico atingia médias superiores a seis pontos, o que é bom para a rede, porém em nada comparável aos 14 ou mais registrado pelo finado Cidade Alerta.

Foi aí que aconteceu a estreia do SP Record e o canal deu início ao grande investimento de sua nova fase: as coberturas policiais.

Hoje já não são mais reconhecidos por trabalhos de qualidade e muito menos existe qualquer expectativa de tornar real o slogan "a caminho da liderança".

A liderança – em alguns momentos - acontece sim, mas à custa da cobertura da desgraça alheia: basta analisar o crescimento registrado nos meses das mortes de Isabela Nardoni, Eloá Pimentel, Mércia Nakashima, Elisa Samudio e tantas outras.

A Record é capaz de interromper a programação e ficar repetindo a exaustão a mesma informação por míseros pontinhos a mais de audiência.

Por que isso não contribui para resultados sólidos? Fácil: precisariam de ao menos desgraças de grandes proporções semanais para manter o público ligado.

É preciso fidelizar o telespectador e uma atração sensacionalista não consegue isso.

O motivo é simples: enjoa, só dá resultado quando acontece uma tragédia e se realmente cai na boca do povo. Tanto é verdade que alguns casos se tornam mais "importantes" que os outros, especialmente quando envolve alguém com certa fama ou poder.

Além disso, o jornalismo sensacionalista perde a credibilidade porque o foco deixa de ser a informação e sim conquistar o público a qualquer custo.

Isso traz outra consequência: os anunciantes costumam investir em produções jornalísticas, no entanto não querem associar sua marca com produtos de gosto duvidoso.

É garantia de audiência sim - em algumas situações -, mas qual a vantagem de um retorno que não se sustenta financeiramente e que não se mantém com os casos "simples" do dia a dia?

A sorte dos canais de TV, se é possível afirmar algo assim, é que infelizmente diariamente somos bombardeados com desgraças humanas e naturais.

E sim, é necessário essa prestação de serviço que é divulgar uma notícia, mas como jornalismo e não na base do sensacionalismo.

 
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